29 julho 2006

Água para o "monte"

Aqueduto do Monte da Barca

O Aqueduto do Monte da Barca, foi construído por volta dos séculos XIV-XV e fica situado na herdade que lhe dá o nome.
É uma construção com cerca de um quilómetro de extensão e servia para levar água ao "monte" da herdade. Tem arcos com envergadura máxima na ordem dos 3,4 metros, chegando a atingir quatro metros de altura em alguns pontos do seu percurso.


A sua estrutura está interrompida em alguns pontos do percurso, nomeadamente onde passa a estrada nacional e no interior da propriedade, onde ruiu, fruto da degradação, tendo possibilitando o aparecimento de um caminho.

28 julho 2006

Falcão Peneireiro

Peneireiro
"Falco tinnunculus"

O Falcão Peneireiro ou simplesmente Peneireiro é comummente observado nos nossos campos.
É o falconídeo mais comum na Europa, frequentemente observado ao longo das estradas a paiarar, batendo as asas muito rápidamente a uma distância do solo compreendida entre 5 e 15 metros, na procura de alimento. A sua alimentação é normalmente composta por insectos ou mamíferos de pequeno porte.
O macho tem a cabeça e a nuca cinzento-azuladas, o dorso avermelhado, as asas com manchas negras e a cauda cinzenta-azulada com uma faixa preta.

27 julho 2006

Maduros

Concelho de Coruche

A cultura do tomate, foi e continua a ser parte importante da produção agrícola do concelho de Coruche.
Em tempos, grupos imensos de homens e mulheres trabalhavam na agricultura. Sazonalmente ocupavam os campos em dedicação à cultura do tomate.
Plantar, regar, mondar, enxofrar, colher, carregar, são verbos que identificam toda essa actividade e consequentemente o suporte económico de muitas famílias, não só a do produtor como também de todos os que nessa fase do ano para ele trabalhavam.
Hoje, todo este processo está simplificado pois as máquinas substituiram grande parte desses homens e mulheres, contribuindo para que o trabalho do campo seja "mais leve" se bem que continue a ter as suas amarguras.
Concelho de Coruche
O tomate está práticamente maduro e a azáfama da colheita está à porta. As estradas já se começam a apresentar salpicadas de encarnado, pois alguns tomates vão caindo da "carrada", durante o transporte para a fábrica.

26 julho 2006

Ver o fogo


Avenida do Sorraia - Coruche

Este portão tem por hábito ver o "fogo" na noite de catorze para quinze de Agosto, período em que decorrem as Festas em Honra de Nossa Senhora do Castelo.
Eram muitos os forasteiros que compareciam e ainda hoje, são muitas as pesoas que nessa noite admiram o espectáculo. Talvez já não tenha o impacto que tinha há algumas dezenas de anos, os valores serão outros para a faixa etária que contempla o evento, mas mesmo assim, ainda se mantém a tradição e muita gente se delicia com o acontecimento
Também eu gosto imenso de observar o fogo de artifício, normalmente utilizado como fonte de atracção nas festas populares. Sempre que posso desfrutar desse espectáculo, não perco. Este ano, mais uma vez não estarei em Coruche para participar nesse acontecimento. Outros estarão.

25 julho 2006

Engalanada

Vila Nova da Erra

A azáfama é grande.
Toda a população se movimenta par que as casas e as ruas estejam "todas bonitas" nos dias da festa que decorrerá de 28 a 31 de Julho.
A procissão não poderá passar frente a uma casa com mau aspecto. Que dirá a padroeira... ou talvez quem acompanhar a procissão, se passar por uma casa com aspecto pouco cuidado?
Lava-se, caia-se, enfim, por onde se passa pode ver-se actividade conducente ao embelezamento do espaço.
Os festeiros, esses, estavam peocupados com aprontamento do palco pois o artista quere-o maior, as instalações do bar têm que ser limpas, as rifas da quermesse não podem falhar, a vacada não pode ser comprometida, enfim todos se preucupam para que esta festa seja, no mínimo, igual às anteriores.
É assim que se manifesta a população em Portugal, de norte a sul, quando chega o verão.

Vila Nova da Erra

24 julho 2006

Beringelas

Rua da Graça - Coruche

Olhei sobre Coruche e vi, do outro lado do Sorraia, um campo plantado de beringelas.
A agricultura é como sabemos, a alma de Coruche, no entanto as beringelas, não têm sido a opção.
Cultura de beringelas
Por não ser hábito vê-las no campo, apenas no supermercado, despertou-me a atenção o colorido do fruto. Dá-nos a sensação de exotismo. E a sopa de beringela, será boa? A minha mãe fá-la, mas eu, penso que nunca provei. Faz também beringela frita.

Beringela

23 julho 2006

Obras na Igreja Matriz

Igreja Matriz - Coruche
A Igreja Matriz de Coruche está em obras. As pirâmides que cobrem as duas torres estão a ser pintadas.
Independentemente da confissão religiosa que sustenta uma construção desta natureza, são bens que se devem preservar pois encerram um património inigualável, face à riqueza cultural e artística que normalmente apresentam.
A paróquia de Coruche assim está a proceder efectuando obras (pintura exterior) nas torres da igreja.

Obras na Igreja Matriz

22 julho 2006

Palco

Coruche
Com o Verão vêm tradicionalmente os casamentos. Poucos são os noivos que não posam para a fotografia, no jardim junto ao coreto.
Há-de ter sido palco de muitas actuações, de bandas, fanfarras e de outros espectáculos. Hoje quase tudo isso nos deixou, sendo essa função desempenhada por estruturas desmontáveis que jamais igualarão os coretos.
Os tempos são outros.
O coreto de coruche é de arquitectura simples, mas não deixa por isso de ser o palco onde desfilaram muitos artistas da música ou de outras vertentes.

21 julho 2006

Do outro lado do rio

Ponte sobre o Sorraia - Coruche

Durante um curto espaço de tempo estive sobre terra que os agricultores pisam diáriamente e que em tempos foi o leito do Sorraia.
A ponte, não era necessária neste local, quando em tempos, do miradouro da Igreja do Castelo, se observava o Sorraia um pouco mais além, não o novo, mas o velho, como se um rio, pudesse ser velho. A água nunca é sua, vai-se, por isso um rio não tem água, leva-a, sempre a caminho da foz. Renova-se diáriamente e por isso não é velho.

Do outro lado da ponte do Sorraia velho, fica a Ponte da Coroa, construção bem presente na história de Coruche.

Ponte sobre o Sorraia Velho

19 julho 2006

Encerrada

Escola de Olheiros - Frazão

Mesmo à beira da estrada, lá fica a Escola Primária de Olheiros, junto ao Frazão.
No dia que por lá passei perguntei porque havia festa e responderam dizendo que se tratava da festa de despedida, não da professora como profissional mas sim da professora a despedir-se da escola, onde durante anos e anos leccionou, pois agora vai encerrar.
Deixará muitas saudades a todos quantos por lá passaram e por si foram ensinados.
É assim a vida, o resultado da concentração das pessoas nos aglomerados urbanos e o abandono do meio rural.
Os índices demográficos destas regiões não permitem a manutenção do funcionamento desses estabelecimentos de ensino e é pena pois perde-se o contacto com o campo, o mundo rural. Ganhar-se-ão outras coisas, por certo.

Recinto exterior da escola de Olheiros

17 julho 2006

Maravilha

Palácio de Monserrate - Sintra

Em 1858, Francis Cook mandou construir o lindo Palácio de Monserrate.
Os três corpos do pavilhão apresentam as fachadas rasgadas por portas e janelas de quebradura gótica.
Os soberbos jardins que rodeiam o palácio foram concebidos e executados por Stockdale e também por Thomas Gargill.
No parque podem observar-se hoje, mais de três mil espécies exóticas e refira-se que também podem ser observados sobreiros, árvore da nossa região e centenários pelo porte que apresentam.

Jardins do Palácio de Monserrate

15 julho 2006

Abrasador

Pôr do Sol sobre Coruche
Este Sol só pode ser prenúncio de temperaturas abrasadoras, da ordem dos "quarenta e tal" graus centígrados. E é o que se faz sentir hoje.
É noite e as pessoas vêm para a rua com vestes ligeiras.
Umas dizem que o calor é fruto da época e que não nos lembramos do que era antigamente, outras dizem que é resultado do aquecimento global.
Será por certo fruto das duas coisas

"Mesmo ao caír do pano"

Sardinhas

Praia das Maçãs

Saboreando uma sardinha, prato bem tradicional da gastronomia portuguesa, foi possivel contemplar a praia.
Embora estejam sempre associadas à praia e ao mar, as sardinhas são elemento integrante da gastronomia de Coruche. Grelhadas, fritas, de escabeche, no forno, elas faziam e fazem parte da alimentação da população de Coruche, se bem que os Coruchenses não sejam os únicos. Fazem parte de um grande grupo que é Portugal - norte, sul e ilhas.

Praia das Maçãs

14 julho 2006

Brinquedos

Museu do Brinquedo - Sintra

Visitando o Museu do Brinquedo em Sintra, recordamos tempos que jamais voltarão e nos marcaram.
O Museu do Brinquedo é resultado da colecção particular de brinquedos de João Arbués Moreira, que construiu o seu espólio ao longo de mais de cinquenta anos. O Museu foi criado em 1989 com mais de 40.000 brinquedos.
Para os mais novos, muitos dos exemplares que são observáveis, pouco significado terão, outros nem tanto.
Imensas vezes me montei numa cana e brinquei às touradas, outras vezes, fui à feira com os meus pais e pedi-lhes que me comprassem uma camioneta.
Hoje pede-se um jogo de computador.
As voltas que o mundo dá!
E em tão pouco tempo.

Museu do Brinquedo - Sintra

11 julho 2006

Moagem

Chaminé da Moagem
Centenária (foi o que me disseram), a chaminé da moagem mantém-se de pé dizendo que ainda está para durar.
As cegonhas mais uma vez marcam presença, sempre que se trata de pontos elevados.
Em conversa com uma pessoa ligada ao Instituto de Conservação da Natureza, no decorrer da conversa disse que o número elevado de cegonhas se deve à ausência de predadores e ainda à facilidade em encontrarem alimento, nomeadamente nas lixeiras.
A chaminé, essa já não tem outra função que não a de simbolizar aquilo que foi a presença da "Moagem do Sorraia" e servir de plataforma de apoio para o ninho das cegonhas.

10 julho 2006

Pouca água

Concelho de Coruche
O nível de água apresentado por este pequeno açude, transmite bem, algumas das dificuldades ambientais que se têm feito sentir.
Chega o verão e o calor que poderia ser compensado com o consumo da água armazenado durante o período das chuvas, é agora um problema, pois os "ladrões" das barragens não deitaram água durante o Inverno o que significa não terem sido armazenados volumes suficientes para o estio.
Será "milagre" se no final do verão ainda aqui restar alguma. Os cavalos, esses, terão que beber dos tanques que vierem a ser abastecidos.

09 julho 2006

Linhas paralelas

Estação da CP - Coruche
Local de embarque e desembarque para muitas pessoas, a estãção do caminho de ferro em Coruche foi impulsionadora do comércio e de outras actividades económicas e sociais da comunidade coruchense.
A actividade que manteve , está agora um pouco comprometida pelas vias de comunicação, alternativas ao caminho de ferro, pois o novo processo é mais rápido e cómodo.

08 julho 2006

Estacionamento

A caminho da Agolada
Nos foros de Coruche, na zona de transição entre a vila e a charneca, ainda se vêem algumas pessoas no "amanho" das hortas.
Esta carroça estacionada, indica que o seu proprietário está no momento a utilizar a "besta" que a puxa, desta vez para lavrar um pouco de terra para semear qualquer coisa. Perguntei-lhe e disse-me que ia amanhar a terra para plantar uns tomateiros que dariam tomates, um pouco mais tarde que a época normal.
Embora pareça uma cena de há cinquenta anos, ainda traduz algo do nosso quotidiano.

07 julho 2006

Mesmo à fronteira

Herdade de Pinçalinhos
Perdida, bem no meio do montado de sobro, esta chaminé faz parte de um pequeno "monte" hoje abandonado e em adiantado estado de degradação, fruto do interese que deixou de ter.
A casa que suporta esta chaminé, terá albergado os propritários da herdade em que se encontra.
Anexos à casa estão o estábulo e uma pequena capela, esta última sinal de que teria albergado, não os funcionários da casa agrícola, mas sim o propritário. As casas de habitação dos trabalhadores, estão aglomeradas, num pequeno monte, com dois fogos, a cerca de 150 metros.

06 julho 2006

Casario

Rua de Vale Mansos - Foros de Coruche
O casario, aparentando estado estado de conservação satisfatório é agradável de observar. O branco das paredes associado ao azul das barras das casas, dão-lhe a luz e a alegria caracteristicas das casas rurais do Ribatejo e Alentejo.
Nos foros de Coruche, a Rua de Vale Mansos, dá-nos a sensação do ambiente rural, que é, mas que procura o urbano, nomeadamente através da disposição das casas ao longo de uma rua.
Pela sua arquitectura terão idade considerável, no entanto, a sua cobertura e as paredes, a primeira por não ser em "telha de canudo" e a segunda por não parecer ser de adobos, não transmitem "ar" de secularidade àquelas casas, ficando no entanto a certeza que são casas tradicionais da região.

05 julho 2006

Banco fixo

Retiro da Erra - Coruche
Nas casas antigas era comum ver-se um poial.
Noite adentro, mas não muito porque no outro dia teriam que se levantar bem cedo para trabalhar árduamente no campo, à porta sentados no poial, numa noite de verão os vizinhos conversavam de coisas da vida de cada um deles e também, da festa da vila que se realizaria daí a pouco tempo.
Programavam a participação na procissão em honra da padroeira e o local onde se iriam colocar para ver o fogo.
Era de coisas simples que falavam.
Os poiais deixaram de se construir e o hábito de conversar, nessas noites, também já vai desaparecendo, contribuindo também para que as pessoas se afastem cada vez mais e vivam de costas voltadas umas para as outras.

04 julho 2006

Devoluta

Herdade do Sol Posto

Há quase duas dezenas de anos, este edifício ainda servia como habitação de fim de semana, dos proprietários da herdade do Sol Posto.
Os seus traços arquitectónicos revelam algum exotismo, sinónimo de boa condição económica, óbvia, face à natureza dos seus proprietários.
Como se pode observar, hoje está devoluta e em mau estado de conservação.
A capela, visível na foto, deixou de exercer essa função, aparentando servir de curral e não de outra coisa mais digna.
Tudo tem um fim.

03 julho 2006

Represa a jusante

Rio Sorraia - Coruche
Mesmo com pouca água, fruto do período estival, o rio Sorraia continua a atrair os pescadores desportivos.
Nesta fase do ano tem sido normal ver o leito do rio repleto de água, fruto da represa que é feita a jusante, no limite da zona habitacional da vila. As obras que se prendem com a melhoria da qualidade ambiental (emissário) não permitem esse cenário, mas estão por certo a contribuir para a despoluição do Sorraia.
O sável, a lampreia e outras espécies terão contribuido para a gastronomia reginal e poderão ter aqui mais uma ajuda para voltarem, embora se reconheça não ser o único problema para o seu regresso.

02 julho 2006

Açude da Agolada

Açude da Agolada
Muito próximo do limite urbano dos "foros" de Coruche, fica o açude da Agolada. Foi considerado Sítio Classificado em 1980, pelo Dec. Lei nº 197/80, datado de 24 de Junho.
Ocupa uma área de 266 hectares, com cerca de mil metros de comprimento, sendo o seu paredão construído em terra.

Açude da Agolada - Montante

O livro "Paisagens e Espaços Naturais" de que é co-autor o arquitecto Gonçalo Ribeiro Teles, refere, como é fácil constatar que: "A região está em geral coberta de montado de sobreiro, embora com bons povoamentos de pinheiro-manso e algum pinheiro-bravo".
Esta zona e a do açude do Monte da Barca, são visitadas anualmente por cerca de 50 espécies de aves.

01 julho 2006

Revalorização

Herdade de Pinçais
Lá no "meio" do montado, no monte de Pinçais, esta chaminé contribui significativamente para o engrandecimento do edifício que a suporta, uma casa nada modesta nas suas dimensões, reflectindo o tipo e dimensão da propriedade, característica da região.
Muitas destas propriedades, estiveram em vias de abandono quanto a residentes, no entanto parece que a tendência se está a inverter, embora com outras proporções, ou seja, os funcionários das herdades passaram a ser em número substancialmente inferior, enquanto que os seus propritarios voltaram a permanecer nesses locais com maior frequência, fruto do fenómeno social que está a acontecer, nomeadamente a revalorização do ambiente rural, potencial fornecedor de qualidade de vida e também o "encurtamento" das distâncias face à mobilidade que se pode ter, por via dos acessos e meios de transporte.