Visita de Inverno

Pombo Torcaz

(na procura de alimento)

O "Pombo Torcaz", originário do norte da Europa, é uma ave migratória que nos visita durante o período de Inverno, fugindo às condições climatéricas adversas que lá se fazem sentir nesta fase do ano. Os "Torcazes" dirigem-se para sul na procura de alimento uma vez que na sua origem o solo está coberto de neve dificultando o acesso ao alimento que já por si é escasso nesta fase.

Montado

(habitat do Pombo Torcaz na Península Ibérica)

Durante a sua permanência na Península Ibérica deslocam-se em bandos, na procura de alimento que consiste essencialmente em bolotas.

São ave muito apetecida dos caçadores pela beleza do processo de caça à espécie e pelos amantes da gastronomia por constituiram autênticas iguarias.

Reparar os estragos

Rio Sorraia - Coruche

A revolta que apresentou há dois meses moldou as margens e gerou imagens de calma.

Daqui a pouco tempo decorrerá o período em que, ciclicamente, as lampreias e o sável percorriam o Sorraia e mobilizava os pescadores da região para a faina da pesca.

Rio Sorraia - Coruche

São coisas que dificilmente se repetirão mas que marcaram a vida de muitos coruchenses. As águas dos rios já não são limpas como eram e o pescado também já não abunda.

O tempo que passa

Lamarosa

(Concelho de Coruche)

Nos dias de Inverno a passagem era rápida, apenas o tempo de encher o cântaro, mas no Verão, quando se ia à fonte descansava-se à mistura com alguma conversa.

Ali se passava um pouco do tempo, que ao fim do dia era já escasso pois a ceia estava próxima. Contando-se esta ou aquela passagem da vida ou um acontecimento comunitário era assim que se actualizavam muitas das notícias.

Lamarosa

(Concelho de Coruche)

Durante o percurso também surgia, de vez em quando, alguma conversa, "entre portas" ou ao postigo. Conversas curtas pois a comida estava ao lume - no de chão ou no fogareiro a petróleo, mas mesmo assim se conversava um pouco.

O contacto com as pessoas era mais próximo e todos se preocupavam com todos.

Era assim

Rua de Diu - Coruche

Ia-se à loja para comprar a mercearia que ficava "assente", do outro lado o homem bebia um copo de três e ao mesmo tempo via se havia correio.

Rua de Diu - Coruche

Na esquina oposta, datado do ano 1940, está um fontanário que não deixa esquecer o tempo em que o abastecimento de água se traduzia neste processo, mesmo assim muito bom.

Cá e lá

Conceição de Tavira - Algarve

Aproveitando a sombra de uma destas casas, às três da tarde ouviam-se as cigarras, insecto que predominou na nossa região e hoje pouco se ouve, já que vê-las sempre foi difícil.

Lamarosa - Coruche

Quando era miudo, a minha mãe ralhava comigo, quando eu, à hora do calor percorria os olivais à procura de uma cigarra. Detectada a árvore onde ela estava, seguia-se então a tarefa de descobrir em que parte do tronco da árvore estava poisada, tarefa difícil pois a sua camuflagem é perfeita, tal qual o tronco da oliveira.

Vila Nova da Erra - Coruche

As fachadas das casa de habitação apresentam diferenças com algum significado entre a nossa região e o Algarve.
O trabalhado dos enfeites nessas fachadas não deixam esquecer o rendilhado das chaminés algarvias, substituidos por apenas alguns tijolos que suportam a cúpula das nossas.

O Sapateiro

Sr. António Salgueira

Sapateiro - Lamarosa

O Sr. António Salgeuira, abraça a profissão de sapateiro, desde os seus catorze anos. Nasceu em 1939 e é da Freguesia de S. José da Lamarosa.

Lamarosa - Coruche

Quando lhe solicitei que falasse da sua actividade profissional começou por referir que estava prestes a "fechar a porta da oficina".

Catavento instalado sobre o coreto

Antigamente fazia botas para muitas pessoas, no entanto as encomendas já são muito menos. Embora as botas de fabrico artesanal ainda sejam pretendidas por alguns, o calçado que actualmente se utiliza é quase todo de fabrico industrial.

O calçado moderno, por ser de fabrico industrial tem um preço mais baixo e compra-se no momento, não precisando ser encomendado e "provado". Satisfaz de imediato a pessoa.