Ciclo desagradável

Embora cause grande desconforto, as cheias são um elemento enriquecedor, trazendo nutrientes para os solos que hão-de dar riqueza ao concelho.
Os campos inundados fazem parte do "património" do concelho marcando vidas e fazendo recordar tempos idos, em que o campo, muito mais que hoje, interferia na vida das pessoas.

A evolução

Este moínho, agora desactivado, parece ter sido também obra realizada para fazer face à campanha dos cereais.

Segundo informação verbal recolhida, foi construído por volta de 1940, também para fazer face à produção cerealífera da região.

Um moinho de vento, óbviamente aproveita a enegia do vento para fazer rodar as velas que por translacção vão originar movimento nas suas pesadas mós. Parece no entanto ser dificil compreender a sua implantação naquele sitio - a Fajarda, junto à Herdade do Cascavél, zona que presentemente se encontra com povoamento arbóreo considerável e que se existisse na época, por certo, dificultaria o aproveitamento da energia eólica.

Não será de estranhar que na informação recolhida também seja referido o facto de, a dado momento, ter sido accionado por um motor a gasóleo.

Moagem

Moagem - Coruche

As décadas de 20 e 30 apresentaram grande desenvolvimento na produção de cereais no concelho de Coruche. Tal situação provocou a construção de uma moagem, nos anos 20. O livro "Um Roteiro Natural do Concelho de Coruche", da autoria de António Pena, refere que esse desenvolvimento produtivo tem origem na Lei dos Cereais, com o objectivo de proteger a produção nacional impõe elevadas taxas à importação do produto.

O trigo, esse, já não ocupa lugar de destaque na produção de cereais do nosso concelho, no entanto o arroz persiste e o milho revelou-se.

Resistência ao tempo

Pé d'Erra - Coruche

"Em 1909, a 23 de Abril, houve um violento tremor de terra que assolou a região."
Estas palvras podem ler-se no livro de Heraldo Bento, -"Um olhar sobre Coruche".
De construção inspirada em tecnologia secular, resistiram a esse e outros tremores de terra que lhe seguiram, no entanto, o tempo e o ambandono não as perdoaram.

Adobe

As casas de adobe ou taipa fazem parte do nosso património.Mesmo com alguns séculos de construídas, continuam a presentear-nos com a simplicidade da sua construção, processo ancestral que devido à tecnologia utilizada ainda as mantém de pé.O abandono a que estão sujeitas, sem conservação alguma, consegue fazer perder em escassas dezenas de anos algo que resistiu a centenas.

Pescaria

Sr. Ernesto Isidro

O Rio Sorraia continua a manifestar as suas potencialidades, desta vez, no âmbito da pesca desportiva.

Sr. Ernestro Isidro

(mostrando uma carpa com 6,2 Kg)

Mesmo na zona onde em tempos funcionava o Porto João Felício, no Rio Sorraia - Coruche, a pescaria deu frutos, daqueles que um pescador não colhe todos os dias. Durante a realização de uma prova do Campeonato Regional da 2ª Divisão - Individual, o Sr. Ernesto Isidro, de Benavente, fez pescaria da boa. Capturou uma carpa com seis quilos e duzentas gramas, num total de 13, 312Kg. de peixe. Bela pescaria! Faz inveja a qualquer um.

Organizar para guardar

Mesmo juntinho ao Sorraia, fazem-se os preparativos para o armazenamento do pasto que irá alimentar o gado, quando o alimento escassear.

Recordo os tempos em que se fazia manualmente a ceifa e se atavam, com "baraços", os molhos do ceral. Posteriormente eram levados para a eira, debulhados e só então enfardadados.

Esta não será a situação que lhe dava origem, trata-se apenas de guardar o que foi semeado para alimentar o gado.

Largo João Felício

O Largo João Felício é resultado do antigo Porto João Felício, local de onde partiam algumas das fragatas que de Coruche, transportavam para Lisboa, cereais, legumes, aves de capoeira, carvão, cortiça, entre outras coisas, trazendo no regresso outros produtos, para aqui serem comercializados. Assim relata o senhor Heraldo Bento, no seu livro "Um olhar sobre Coruche".

"Ardea cinerea"

Sem que sejamos levados a confundir, frequência com quantidade, a Garça Real frequenta regularmente a nossa região.

Podemos vê-la junto a tudo quanto se apresenta húmido e onde possa pescar. Permanece imóvel aguardando que a presa se aproxime. Para nidificar procura árvores ou grandes arbustos, fazendo-o em colónias. Mede aproximadamente noventa e um centímetros.

Nas ruas de Coruche

(Largada de Toiros - 18 de Agosto)

Se a corrida de toiros aplica toda a técnica de toureio, a pé ou a cavalo, nas largadas, qualquer um pode dar largas à sua "alma toureira" e brincar com os toiros.

Uns citando de perto, outros nem tanto, as pessoas continuam a gostar das largadas de toiros.

(Largada de Toiros - 18 de Agosto)

Há mesmo quem diga que alguns fogem, mal o toiro mexe uma orelha. Nestas coisas de toiros, mais vale prevenir que remediar e se possível trepar até ao primeiro andar.

(Largada de Toiros - 18 de Agosto)

Longe vão os tempos em que muitos "artistas", saltavam por cima do toiro, faziam pegas de caras, rabejavem ou davam-lhe palmadas nos quartos traseiros. Hoje são muito menos os que arriscam. Será porque os toiros se apresentam em pontas, ou porque lhes falta a coragem?

Tradições

Entrada de Toiros (16 Agosto de 2008)

Foguetes, procissão, folclore e toiros são normalmente os incrementos para o programa de uma festa Ribatejana.

Edifício dos Paços do Concelho (17 Agosto de 2008)

As Festas em Honra de Nossa Senhora do Castelo, estão a realizar-se, sem que se vislumbre perder-se a tradição. Sempre iguais, mas apresentando sempre qualquer coisa "de novo", as festas de Coruche vão acontecendo, ano após ano.

Cortejo Etnográfico (17 Agosto de 2008)

Os forasteiros e os seus "filhos" emigrantes, contribuem para que nestes dias as ruas da vila se encham de gente e lhe dêm "uma vida ainda maior".

Em contraste com

As "Escolas do Bairro Novo", hoje no meio do casario, contrastam com a foto apresentada no livro de Heraldo Bento, "Um olhar sobre Coruche", que nos mostra o envolvimento dos edifícios, nos anos 50 a 60.

O espaço envolvente era desprovido de construções, com chão em terra batida, talvez pouco batida pois a ida à escola não fazia, como hoje faz, parte da rotina de todos os jovens.